DEEP-OCEAN FAPESP

Características Abióticas

Penetração de luz

A luz solar é absorvida pela água de maneira irregular. Os comprimentos de onda vermelho, amarelo e laranja, assim com o ultravioleta, são absorvidos logo nas primeiras camadas e são completamente filtrados até os 50 m. O comprimento de onda azul consegue penetrar mais fundo, com bastante intensidade até os 200 m. É por isso que o mar é azul!

A região compreendida entre a superfície e 200 m é chamada de zona fótica, e é a região mais conhecida que abriga os recifes de coral, estuários e manguezais, praias e águas rasas do oceano.

A partir dos 200 m, a quantidade de luz que chega é muito pequena, impossibilitando realização a fotossíntese pelas algas e fitoplâncton. Uma quantidade pequena de luz azul ainda consegue penetrar até cerca de 1.000 m. Essa região compreendida entre 200-1.000 m é chamada de zona da penumbra.

A partir de 1.000 m, a luz solar não consegue mais penetrar. Essa região é denominada zona afótica e é permanentemente escura!

Pressão

Pressão é uma grandeza física definida pela razão entre a força aplicada e sua área de contato. Portanto, a pressão atmosférica é a força exercida, por metro quadrado, pela coluna de gás atmosférico acima da superfície terrestre. O valor da pressão atmosférica ao nível do mar é definido como 1 atm (1 atmosfera).

A água também exerce essa força sobre os corpos. A pressão na água varia de maneira linear: a cada 10 metros de profunidade a pressão aumenta 1 atm. Ou seja, a 10 m de profunidade, a pressão é duas vezes maior que na superfície terrestre, ou seja 20 atm (10 atm da atmosfera + 10 atm da água); a 100 m, é de 101 atm; a 1.000 m, de 1.001 atm; e assim por diante! Na fossa das Marianas a pressão é 11.035 vezes maior do que a da superfície terrestre!

A pressão da água tem grande influência na solubilidade dos sais, essenciais para produção do esqueleto, dos gases, como nitrigênio (N2), oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2). Sendo assim, os organimos de oceano profundo possuem várias adaptações mofológicas e fisiológicas para viver nesses ambientes.

Temperatura

Temperatura é uma grandeza física que mensura a energia cinética média das partículas de um sistema em equilíbrio térmico. Uma das medidas que se usa é o grau Celsius (°C). A grande responsável pela temperatura da água é a irradiação solar. A temperatura da água do mar vária de acordo com vários fatores devido à taxa de insolação solar, como latitute e massas dáguas. Então, nos oceanos a temperatura é maior em águas mais rasas tropicais e varia de acordo com a profunidade.

Termoclina é o nome que se dá à variação de temperatura das camadas superficiais em relação às mais profundas. Essa variação é abrupta e ocorre tipicamente entre 300 e 1.000 m. A partir de 1.000 m a variaçã de temperatura passa a ser menor, e está entre 6°C até 3°C.

A variação de temperatura tem grande influência na distribuição dos organismos de oceano profundo, sendo o principal fator em algumas espécies. Por exemplo, algumas espécies que hanbitam o oceano profundo em regiões tropicais podem ser encontradas em águas mais rasas em regiões subtemperadas e polares.

Oxigênio

O oxigênio (O2) é um gás essencial para a respiração. Assim como na atmostera, o oxigênio é um dos gases mais importantes nos oceanos por ser consumido pela respiração de organismos heterotróficos e pela decomposição microbiana de detritos orgânicos. Nos oceanos, o oxigênio é produzido na zona fótica, onde ocorre a fotossíntese. A quantidade de oxigênio diminui bastante em cerca de 1.000 m, por causa da alta oxidação de matéria orgânica devido ao acúmulo de detritos orgânicos provenientes da superfície. Nas regiões com alta profutividade primária na superfície, a quantidade de materia orgânia produzida é tão grande que pode gerar as Zonas de Mínimo Oxigênio nessa profundidade. Entretanto, abaixo de 1.000 m, os níveis de oxigênio dissolvido na água são maiores do que na base da termoclina, devido à subsidência de massas de água e a circulação termohalina

Variação dos Compostos Abióticos

De maneira geral, o nível da maior parte dos compostos abióticos (e.g., salinidade e fosfato) decresce com o aumento da profundidade. A variação longitudinal abiótica de temperatura, salinidade, nutrientes dissolvidos responsável pela heterogeneidade de habitats superficiais dá lugar a um ecossitesma com características muito similares. A partir dos 500 m, as caraceterísticas físico-químicas dos oceanos já são bastante semelhantes, e a 1.000 m estabilizadas, transformando as bacias oceânicas em ambientes bastante homogêneos, independente da proximidade do continente, oceano ou longitude.

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