Peixes de

Oceano Profundo

Diversidade de Peixes

Atualmente, sabe-se que entre 10 e 15% das espécies de peixes pertencentes a 158 famílias habita profundidades maiores do que 500 m (Haedrich, 1997; Weitzman, 1997; Fernholm, 1998).

No Brazil, existem registros de cerca de 700 espécies de peixes de oceano profundo, sendo cinco espécies de peixes-bruxa, 81 espécies de Chondrichthyes e 605 espécies de peixes ósseos. Algumas espécies são endêmicas, como o peixe-bruxa Eptatretus menezesi Mincarone, 2000 e a moreia Synaphobranchus calvus Melo, 2007. O conhecimento sobre a diversidade de peixes de oceano profundo no Brasil ainda é relativamente insipiente, com grandes lacunas de conhecimento e vários grupos carentes de revisões taxonômicas.

Myxini

Peixe-bruxa (Heptatretus menezesi), em aquário no Projeto Tamar.

Os Myxini são popularmente conhecidos como peixes-bruxas ou feiticeiras. Atualmente são conhecidas cerca de 80 espécies, todas elas marinhas. No Brasil, há registros de cinco espécies. Os peixes-bruxas são espécies detritívoras que vivem no leito do oceano se alimentando de carcaças. A maior parte das espécies está associada à massas d'águas geladas, ou seja, em ambientes subtropicais ou ocorrem em águas profundas. O número de espécies decresce com a profunidade, sendo que 26 espécies ocorrem em profundidades mais rasas que 500 m, 27 entre 500 e 1.000 m, e apenas duas espécies em regiões mais rasas que 2.500 m. Essas espécies são Eptatretus deani e Eptatretus fritzi que foram registradas a 2.743 m de profundidade. (Pride & Froese, 2013).

Chondrichthyes

Tubarão-veludo (Zameus sp.) coletado a 1.300 m .

Os Chondrichthyes são popularmente conhecidos como peixes-cartilaginosos, e tradicionalmente, dividios em três grupos: os tubarões (Squalomorphii e Galeomorphi), as raias (Batoidea) e as quimeras (Chimaeriformes).

Atualmente são conhecidas cerca de 1.000 espécies, sendo que 181 delas ocorre no Brasil. Cerca de metade das espécies ocorre em águas profundas (>500 m), sendo que as quimeras são tipicamente de águas frias e oceano profundo. Entre as quimeras, o recorde pertente à Hydrolagus affinis Capello, 1868, registrada a 3.000 m, entre os tubarões, Isistius brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) e Centroscymnus coelolepis (Barbosa du Bocage & Brito Capello, 1864) foram registratadas a 3.700 m; porém o recorde de profunidade pertence à raia Rajella bigelowi (Stehmann 1978) que foi registrada a 4.156 m.

Actinopterygii

Peixe-pescador (Melanocetus johnsonii) coletado a 1.200 m.

Os Actinopterygii são popularmente conhecidos como peixes-ósseos e compõem a maior parte dos peixes conhecidos, com cerca de 30.000 espécies. Um pouco mais de metade dessas espécies é marinha ou estuarina. A maior parte da diversidade de peixes de oceano profundo (>500 m) é de peixes ósseos, com registros de mais de 3.000 espécies.

Duas espécies disputam o título de recordista das profundezas. O membro da ordem Ophidiiformes Abyssobrotula galatheae Nielsen, 1977 foi capturada na Fossa de Puerto Rico a 8.350 m de profunidade. Em 2018, o liparídeo Pseudoliparis amblystomopsis Andriashev, 1955 foi filmado por ROV na fossa do Japão a 7.700 m e, se tornando a espécie filmada em maior profundidade. Esse recorde foi ultrapassado em 2018, por uma outra espécie de liparídeo filmado na Fossa de Mariana, a 8.145 m.